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Esterilização não impede contaminação de Marte por bactérias.




A busca por alguma forma de vida no planeta Marte é um dos maiores desafios dos cientistas espaciais. O planeta se parece muito com a Terra e ao que tudo indica rios de água já correram pela sua superfície. O problema é que as sondas enviadas para lá também podem levar bactérias e contaminar o ambiente, produzindo falsos alarmes de vida extraterrestre.
Para preservar o ambiente marciano as naves passam por um complexo processo de esterilização, mas de acordo com um novo estudo publicado pelo periódico Applied and Environmental Microbiology, algumas bactérias podem não ser totalmente eliminadas e ainda terem a capacidade de sobreviver ao severo ambiente marciano.

Os estudos mostram que apesar dos esforços de esterilização, diversas comunidades microbianas ainda permanecem ativas no momento do lançamento. Além disso, a própria natureza estéril da nave assegura que somente as espécies mais resistentes sobrevivam, incluindo a Escherichia coli, os estafilococos, a acinetobacter e os estreptococos.

Para replicar condições existentes no Planeta Vermelho, pesquisadores da Universidade da Flórida Central construíram um laboratório especial com as mesmas baixas temperaturas, pressão e radiação ultravioleta (UV) existentes em Marte.

Os estudos foram conduzidos durante uma semana e nesse período os cientistas constataram que a bactéria Escherichia coli é um sério agente contaminante, que pode sobreviver no ambiente marciano mesmo quando protegido da radiação UV por finas camadas de poeira ou em nichos da espaçonave. Apesar dessa constatação, o estudo mostrou que as bactérias se desenvolveram no ambiente simulado.

De acordo com os cientistas, as pesquisas deverão prosseguir com o objetivo de saber se a vida microbiana por longos períodos é possível. "Se isso ocorrer, é possível que missões passadas já tenham contaminado o Planeta Vermelho com bactérias terrestres", disse um dos autores do estudo.


Falso Alerta:
Um dos maiores problemas da possibilidade de existência de bactérias terrestres em Marte está relacionado à própria busca por vida extraterrestre.

Imagine por exemplo que uma sonda detecte algum microorganismo, uma proteína ou um vírus qualquer no ambiente marciano. Sem dúvida seria uma das maiores descobertas da humanidade. Agora imagine que após anos de pesquisa os cientistas descubram que esse microorganismo não passe de um exemplar terráqueo, que se instalou na sonda e foi transportado até o Planeta Vermelho.

Os estudos de contaminação planetária ganham cada vez mais importância na busca por vida extraterrestre e diversos protocolos de esterilização de naves já foram propostos.

Em junho de 2009, um artigo publicado pelo Apolo11.com mostrou que um novo conjunto de regras havia sido apresentado por cientistas da universidade de Leeds, na Inglaterra e envolvia o dilema conhecido como "Transmissão de Contaminação". As regras definiam os métodos a serem usados para que microorganismos provenientes da Terra não viagem de carona até o planeta em estudo e que poderiam comprometer as amostras coletadas.

O protocolo continua em análise e foi inicialmente desenvolvido como parte de um projeto que investiga as formas de vida no severo ambiente do Ártico, que é o que mais se assemelha, aqui na Terra, ao ambiente marciano.

O trabalho apresentado esta semana pelos pesquisadores da Flórida é fundamental na revisão dos métodos de descontaminação das futuras sondas que pousarão em Marte ou em suas luas, em especial a missão russa Phobos-Grunt, que pousará em Phobos em 2012 e trará o material coletado de volta à Terra.
Fonte: Apollo11
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Meteoro risca o céu e explode no meio-oeste americano






Uma grande bola de fogo vinda do espaço cruzou o céu de pelo menos cinco estados americanos e em seguida explodiu na alta atmosfera produzindo um forte clarão. O evento ocorreu na noite de quinta-feira e foi testemunhado por milhares de pessoas, além de ter sido detectado por diversos radares meteorológicos dos EUA.
Como não havia qualquer informação sobre reentrada de satélites ou lixo espacial, é possível que o bólido seja proveniente do espaço e tenha penetrado a atmosfera terrestre a mais de 40 mil quilômetros por hora. Considerando-se eventos anteriores, o clarão parece ter sido provocado por um objeto de grandes proporções, de aproximadamente 1 metro de comprimento com 1 tonelada de peso.

Não se sabe exatamente a origem do meteoroide, mas existe a possibilidade do bólido ser um fragmento da chuva de meteoros Gamma Virgem, que vai de 14 a 21 de abril, com pico entre quarta-feira e quinta-feira passadas, mas essa é apenas uma das hipóteses levantadas.

Além das testemunhas oculares, o bólido também foi registrado pelo radar Doppler do NWS, o Serviço Meteorológico dos EUA, que detectou a trilha de fumaça deixada pela fulgurante passagem na atmosfera. Observadores em Minnessota reportaram que o evento foi acompanhado por um estrondo similar ao produzido por aviões quando quebram a barreira do som e fez balançar casas, janelas e vários outros objetos.
A bola de fogo permaneceu visível por aproximadamente 15 minutos e foi vista no céu de Minnesota, Wisconsin, Iowa, Illinois e Missouri.


Meteoroides:
Os meteoróides derivam de corpos celestes como cometas ou asteróides e podem ter origem em ejeções de cometas que se encontram em aproximação ao sol, na colisão entre dois asteróides ou até mesmo ser um fragmento do que sobrou da criação do Sistema Solar.

Ao penetrar em alta velocidade na alta atmosfera terrestre, o material incandesce com o atrito, fragmenta e desintegra, tornando-se um meteoro. Se pedaços grandes desse objeto conseguem resistir ao calor e chegar até a superfície, recebe o nome de meteorito.


Estatísticas:
Diariamente, a Terra é constantemente bombardeada por pequenos asteroides e outros detritos espaciais, criando uma espécie de garoa de meteoros, alguns deles muito brilhantes.

De acordo com o cientista Bill Cooke, ligado à Nasa e um dos maiores especialistas no assunto, aproximadamente 150 mil objetos atingem a Terra todos os anos. Normalmente os fragmentos não ultrapassam 10 gramas e chegam à superfície numa média de 1 fragmento para cada 2.590 km².

Segundo Cooke, bolas de fogo tão brilhantes quanto o planeta Vênus ocorrem mais de 100 vezes ao dia. Outras, mais brilhantes ainda e comparadas ao brilho da Lua crescente cruzam o céu pelo menos uma vez a cada dez dias. De acordo com o especialista, existem bolas de fogo extremamente grandes e brilhantes, com magnitude visual que pode chegar a -13 e que acontecem a cada cinco meses. Apenas para lembrar, magnitude negativa de -13 equivale ao brilho da Lua Cheia!

Meteoros de grande porte, como o que atingiu o Canadá em novembro de 2008 são raros e a cada ano menos de cinco são registrados.

Apesar de comuns, nem sempre essas enormes bolas de fogo são vistas. A maioria delas, cerca de 70%, cruza o céu sobre áreas inabitadas ou sobre os oceanos. A metade ocorre durante o dia, praticamente imperceptíveis devido à presença do Sol. Outra grande parte também não é vista simplesmente porque ninguém está olhando o céu naquele momento.


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Sudário de Turim, uma farsa ou uma realidade?- Parte 2 - Final


Em campos opostos encontram-se os crentes que explicam o tecido como a mortalha de Jesus de Nazaré e os céticos que o consideram uma falsificação do século XIV. Ambos os campos utilizaram diversos tipos de argumentação científica para provar as suas teorias. Segue-se um resumo dos argumentos a favor e contra.

Cientistas, pessoas crentes, historiadores e escritores divergem com respeito ao local, à data e à maneira como esta imagem foi criada. De um ponto de vista religioso, em 1958 o Papa Pio XII aprovou a associação da imagem e a celebração anual em sua homenagem na "terça-feira do Sudário" com a devoção à face sagrada de Jesus dentro da fé Católica Apostólica Romana. Alguns acreditam que a imagem gravada nas fibras do Sudário se produziu no momento do sepultamento do corpo de Jesus Cristo ou pouco antes do que se acredita como a sua ressurreição. Céticos, entretanto alegam que o sudário consiste em uma falsificação medieval; outros atribuem a formação da imagem às reações químicas e outros processos naturais.


Foram feitos vários exames no Sudário, contudo os debates com relação à sua origem continuam. O ensaio do carbono reativo feito em 1988 por três equipes de cientistas independentes indicou como resultados que o manto foi feito durante a Idade Média, aproximadamente treze séculos posterior a Cristo. Alegações de incertezas e erros nos exames surgiram imediatamente após a publicação dos resultados e foram em grande parte respondidas por Harry E. Gove. Ainda assim, a controvérsia continua. Análises posteriores, publicadas em 2005, por exemplo, atestam que a amostra analisada pelas equipes de cientistas foi retirada de uma zona do manto que não faz parte do tecido original. O Sudário foi também danificado devido a um incêndio no final da Idade Média, o que poderia ter acrescentado carbono reativo à composição do tecido invalidando a aplicação da análise por carbono reativo. Este laudo por sua vez foi questionado por céticos como Joe Nickell, que acredita que as conclusões do seu autor, Raymond Rogers, resultam de uma "busca de evidências que possam garantir uma conclusão previamente desejada". Philip Ball, da revista "Nature", contestou esta afirmação dizendo que a idéia de que os estudos de Rogers tenham sido direcionados para a obtenção de uma conclusão pré-estabelecida é injusta e Rogers "apresenta uma história de trabalho respeitável".Todavia, a pesquisa de 2008 na unidade de aceleração de carbono reativo da Universidade de Oxford propõe uma revisão da data a que se atribui à criação do manto de 1390 para 1260,o que levou seu diretor Gordan Ramsey a convocar a comunidade científica a novas comprovações sobre autenticidade do Sudário. "Com as medidas do ensaio de carbono reativo e com todas as outras evidências que se possui a respeito do Sudário, ainda existem conflitos de interpretação de diferentes fontes" disse Gordan ao noticiário da BBC em 2008, após a publicação dos novos resultados. Apesar de manter uma mente aberta quanto ao tema, Ramsey enfatizou que ficaria surpreso se sobre os ensaios de 1988 fosse comprovado um erro de dez séculos.

A equipe americana do STURP (Shoud of Turin Research Project), após três anos e cerca de 100.000 horas de pesquisa, apontou as seguintes conclusões:

1. Havia sangue humano no sudário;
2. As gotículas de tinta ocre seriam resultado de contaminação;
3. A habilidade e equipamentos necessários para gerar uma falsificação daquela natureza seriam incompatíveis com o período da Idade Média, época em que o sudário apareceu e foi guardado;
4. Como cientistas, também não podiam afirmar que a mortalha era verdadeira;
5. As marcas do Sudário são um duplo negativo fotográfico do corpo inteiro de um homem. Existe a imagem de frente e de dorso;
6. A figura do Sudário, ao contrário de outras figuras bidimensionais testadas até então, contém dados tridimensionais;
7. Não existe ainda explicação científica de como as imagens do Sudário foram feitas;
8. O Sudário apresenta marcas compatíveis com a descrição da crucificação nos Evangelhos.

Na época, o STURP não foi autorizado a fazer o teste por datação carbono-14, o que impossibilitou a determinação da idade da peça. Dez anos depois, em 1988, o Vaticano autorizou os primeiros testes de datação radiométrica do sudário, segundo o método do carbono-14. A três análise independentes revelaram idades entre 1260-1390.
O sudário como falsificação:

A datação do sudário foi contestada pelo argumento de contaminação bacteriana. Em resposta, os cientistas que realizaram as análises de carbono-14 afirmam que excluíram a priori esta possibilidade e que o método é preciso, embora as datações várias tenham dado resultados diferentes. Um especialista neo-zelandês afirmou ainda que um erro de treze séculos devido a contaminação bacteriana é possível, mas implicaria uma camada de bactérias com o dobro da espessura do tecido, o que afasta esta teoria. O intervalo de resultados (1290-1390) é explicado pela influência do incêndio de Chambéry de 1532 e subsequentes tentativas (desastradas) de restauro. Sendo assim, e devido aos acidentes, a datação com carbono-14 não seria exata, porém segundo o Dr. Walter McCrone,[27] um peso de carbono do século XX igual a duas vezes o peso total do sudário seria necessário para fazer um objeto do século I ser datado como do século XIV, e portanto haveria suficiente certeza que o sudário seria uma criação medieval.

A acusação de falsificação é tão antiga como o próprio sudário e foi lançada até pelos arcebispos de Troyes contemporâneos da sua descoberta. Um deles, Pierre d’Arcis, escreveu mesmo ao papa detalhando os pormenores da impostura que considerava ser uma forma ardilosa de roubar dinheiro de peregrinos piedosos. A missiva foi prontamente ignorada pelo Papa.

Outros testemunhos contemporâneos descrevem as manchas de sangue da imagem com cores tão vivas que, segundo os relatos, pareciam frescas. Hoje em dia (passados cerca de 550 anos desses relatos), estas nódoas de sangue são mortiças e passam despercebidas na primeira análise. Se fossem originárias do século I, então não seriam mais visíveis na Idade Média, tanto que hoje já não se vêm. Contudo há que referir que era costume fazerem-se cópias (decalques) do sudário para catedrais da Europa onde era venerada a "imagem real de Nosso Senhor". Por outro lado o sudário foi várias vezes trocado por cópias (decalques) para preservar o original (pois aos fieis o que impressionava era poder conhecer a figura de Cristo e não tanto admirar a antiguidade da relíquia). Contudo estes dados vêm levantar dúvidas quanto à originalidade do sangue, que pode ser original do sudário ou pode ter sido colocado depois.

A própria presença de sangue no sudário é questão polêmica ainda. Pelo que se sabe das prácticas funerárias do século I, os judeus limpavam e perfumavam os seus mortos antes de os sepultarem, diz-se. Sendo Jesus Cristo uma figura amada pelos seus, seria pouco provável que o tenham amortalhado sem os devidos procedimentos de limpeza que eliminariam a presença de sangue no corpo, como supõe-se pelo evangelho de João (19:40) (neste ponto é importante lembrar que os cadáveres não sangram, visto que já não há batimento cardíaco, pelo que as manchas de sangue não podem ser posteriores à limpeza). Uma resposta a essa questão, entretanto, poderia ser encontrada nos evangelhos de Lucas (23:50-56 e 24:1) e Marcos (15:42-47 e 16:1): o corpo teria sido sepultado às pressas, devido ao descanso sabático no dia da preparação da Páscoa, o qual começaria na noite posterior à morte de Jesus. Por este fato, as mulheres teriam deixado para perfumar e embalsamar o corpo no amanhecer do primeiro dia da semana, após o sábado - no que teriam encontrado o túmulo vazio, devido a que os cristão crêem ter sido a ressurreição. As narrativas de Marcos e Lucas, portanto, justificariam o fato de o corpo do sudário estar sujo de sangue, enquanto que a de João deixaria dúvidas.

Também existem aqueles que questionam se uma imagem por contato com o tecido mostraria uma um retrato de aparência fotográfica e não uma imagem distorcida, como uma projeção de uma superfície irregular em uma superfície plana.

Em 2009, Luigi Garlaschelli, professor de química da Universidade de Pávia afirmou ao jornal La Repubblica haver produzido em laboratório uma réplica do sudário com a utilização de técnicas disponíveis na Idade Média. Ou seja, unindo a datação da radiação radiométrica, mais a indicação de que já existia na época indicada pela datação mecanismos para criação do sudário, nenhuma explicação paranormal se exigiria.

Outro fato que reforça a hipótese de falsificação é que a própria Bíblia relata que mais de um pano foi usado no corpo de Jesus. Segundo a Bíblia, um deles foi usado somente para envolver sua cabeça: 6 - Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, 7 - E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte. (João 20:6-7)
Posição do Vaticano:

A Igreja Católica não emitiu opinião acerca da autenticidade desta alegada relíquia. A posição oficial a esta questão é a de que a resposta deve ser uma decisão pessoal do crente. O Papa João Paulo II confessou-se pessoalmente comovido e emocionado com a imagem do sudário, mas afirmou que uma vez que não se trata de uma questão de fé, a Igreja não se pode pronunciar, ao mesmo tempo que convidou as comunidades científicas a continuar a investigação. A Catholic Encyclopedia, editada pela Igreja Católica, no seu artigo sobre o Sudário de Turim afirma que o sudário está além da capacidade de falsificação de qualquer falsário medieval.
Referências:
National Geographic Channel
;
News@Nature.Com.;
Times Online;
FLURY-LEMBERG, Mechthild. Sindone 2002: L'intervento conservativo — Preservation — Konservierung. 1 v.;
MEACHAM, William. The Rape of the Turin Shroud. 1 v;
http://pt.wikipedia.org
;
bbc

Sudário de Turim, uma farsa ou uma realidade?- Parte 1






Uma crença arraigada durante séculos, transmitida por tradição oral, viu no Sudário de Turim o lençol que amortalhou o corpo de Cristo. As investigações levadas a cabo a partir da primeira fotografia tirada do lençol projetaram luzes novas e surpreendentes que apoiavam essa crença como a explicação mais plausível.
Ora, temos um documento histórico, os testemunhos evangélicos, que nos relatam, com base em fatos observados por testemunhas presenciais, não apenas a crucifixão de Cristo, mas o itinerário da sua paixão até à morte e à sepultura: Jesus é o Servo sofredor, seviciado, flagelado, crucificado, desfigurado pelas brutalidades a que o submeteram, imolado como cordeiro pascal. Até que ponto o Sudário recolhe essas circunstâncias históricas?

UM CORPO BARBARAMENTE FLAGELADO:



Mateus, Marcos e João relatam que Pilatos, tentando demover a multidão, que exigia a crucifixão de Cristo, manda os soldados romanos açoitarem Jesus (cfr. Jo 19, 1; Mt 27, 26; Mc 15, 16). Que nos revela o Sudário neste ponto?

Os romanos não flagelavam os condenados à crucifixão, a não ser moderadamente e enquanto estes transportavam a cruz até o lugar de execução. Ora, o Sudário revela traços de feridas que mostram ter o homem de Turim sido brutalmente flagelado por todo o corpo, à exceção da cabeça, pés e antebraços. Veja figura abaixo.



As feridas são numerosas, entre 110 e 120, e tanto pelo tamanho como pela forma são idênticas às produzidas pelo flagrum taxillatum romano, o "horrível flagelo" – um açoite de correias com pedaços de chumbo ou ossos de arestas cortantes nas pontas. Além das marcas das feridas, os cientistas puderam descobrir dentro delas os vestígios de perfurações na carne. Os golpes eram tão bárbaros que a lei romana proibia castigar com o flagrum os que fossem cidadãos romanos. Tanto pelo número de chicotadas – os judeus estavam proibidos pela lei de ultrapassar os 40 açoites (Dt 25, 3) –, como pelo flagelo empregado, vê-se que há coincidência com os dados do Evangelho: o castigo foi aplicado por soldados romanos.
Pelo ângulo das chicotadas, pode-se inferir que eram dois os algozes – um de cada lado –, pois os golpes convergem para dois pontos focais com uma extraordinária precisão geométrica. Esta comprovação exclui que a flagelação tivesse ocorrido enquanto o condenado transportava a cruz, já que neste caso os golpes teriam sido geometricamente desordenados. Outra coincidência com o Evangelho.

Mas a coincidência mais importante com o relato evangélico é a que explica a crueldade excepcional da flagelação que, como vimos, não era usual aplicar previamente a um condenado à crucifixão.

Relatam os Evangelhos que, inicialmente, Pilatos afastou a idéia da crucifixão reclamada pelo povo, pois sabia que Jesus era inocente (Jo 18, 38). Para contemporizar, manda açoitar Jesus, pensando que desse modo abrandaria o coração dos judeus. Mas a vista de Jesus desfeito pelos azorragues deixou o povo ainda mais raivoso: Fora com ele! Crucifica-o!, clamavam. Depois de uma nova tentativa, Pilatos, acovardado, cede: Então entregou-o a eles para que o crucificassem (Jo 19, 15-16). A mudança de opinião de Pilatos é o que explica, pois, a sucessão dos dois suplícios que Jesus sofreu, à diferença do comum dos condenados.
Uma última particularidade: os antebraços de Jesus não foram atingidos pelos flagelos, e isto indica que foi açoitado antes de carregar a cruz, pois os braços estavam atados à coluna, e portanto fora do alcance dos açoites.






A COROAÇÃO DE ESPINHOS:



As pessoas condenadas a morrer numa cruz costumavam ser salteadores, escravos que tinham praticado algum crime especialmente grave, ou agitadores que tivessem cometido um delito contra o Estado romano. Evidentemente, essas pessoas não eram coroadas como reis antes de serem crucificadas. Nenhum documento antigo nos fala disso.

Chegamos aqui a um testemunho absolutamente capital para se identificar o homem do Sudário: por que esse homem teve a cabeça ensangüentada por uma coroa de espinhos, quando ainda estava vivo? Os Evangelhos explicam-nos porquê. Os soldados romanos tinham ouvido os chefes judeus acusarem Jesus de blasfemar porque se dizia Deus; e sabiam que, à pergunta de Pilatos: És tu o rei dos judeus?, Jesus respondera: Tu o dizes, eu sou rei. Para isto nasci e para isto vim ao mundo, para dar testemunho da verdade (Jo 18, 37).

Depois de flagelarem Jesus, resolvem, pois, entreter-se fazendo-o rei de palhaçada, e colocam-lhe por manto real um pano vermelho, por cetro uma cana entre as mãos, e por coroa de ouro e pedras um capacete de espinhos: Então os soldados do procurador, conduzindo Jesus ao Pretório, reuniram ao redor dele toda a coorte. E despojando-o das vestes, lançaram-lhe em cima um manto escarlate. E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana; e dobrando o joelho diante dele, diziam escarnecendo: "Salve, rei dos judeus". Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da cana, davam-lhe golpes na cabeça (Mt 27, 27-30).




Esta modalidade insólita de maus tratos é documentada de modo insuspeito pelo Sudário: toda a calota craneana apresenta feridas resultantes de objetos perfurantes finos, que coincidem com os espinhos de uma possível coroa em forma de capacete, capazes de dilacerar a golpe de pancadas o couro cabeludo; distinguem-se perfeitamente na mortalha os ferimentos da testa e sobretudo os da nuca como mostra a primeira fotografia do sudário acima em negativo.
É de notar a excepcional documentação morfológica do sangue, com as características de ter manado em vida, e que impregna profusamente, misturado com o suor, toda a massa dos cabelos.

Em 1968, em três sepulcros de Jerusalém, encontraram-se os ossos de 35 pessoas. O esqueleto de uma delas mostrava que havia sido crucificada: os ossos dos pés estavam trespassados por pregos, e os das pernas quebrados.

No Sudário, um sulco de sangue parte do pé direito e do calcanhar esquerdo: um único prego perfurou os dois pés, cruzados um sobre o outro.
Aparece também claramente uma chaga profunda na altura do pulso esquerdo. O pulso direito está encoberto pela mão esquerda, pois cruzaram as mãos diante do corpo antes de sepultar o cadáver; mas também aparece, em duas direções, o sangue que correu abundantemente do pulso esquerdo ao longo do antebraço. Não contradiz este dado a tradição cristã e os artistas, que sempre representaram Jesus crucificado pela palma das mãos?

Na verdade, o Evangelho não diz que Jesus foi crucificado pela palma das mãos. Quando Jesus se dirige a Tomé e lhe diz que olhe as suas mãos, não quer dizer que exclua os punhos, os quais, como se sabe, fazem parte das mãos (carpo). Por outro lado, a palavra hebraica Yad, usada na profecia messiânica – trespassaram-lhe as mãos e os pés (SI 22, 16) –, era usada com grande variedade de aplicações, chegando a designar o antebraço e até o cotovelo.

Os crucificados não eram pregados na cruz atravessando-lhes a palma da mão, pois desse modo as mãos se rasgariam e o corpo certamente se desprenderia da cruz. No pulso localiza-se o espaço de Destot que, atravessado pelo prego e amparado nos ossos que o rodeiam, pode sustentar o peso do corpo e permitir-lhe os movimentos necessários para a frente e para trás. Veja marcas dos cravos nas mãos impressas no sudário em negativo abaixo.



Durante muito tempo, uma observação atenta do lençol teria levado à conclusão de que o homem do Sudário tinha apenas quatro dedos: não se descobriam sinais do polegar. Foi um cirurgião de Paris, o Dr. Barbet, quem achou a explicação: um prego introduzido no espaço de Destot secciona ou prejudica necessariamente o nervo mediano, o nervo que flexiona os polegares, fazendo-os encolher-se para o interior da mão. Pesquisas recentes, feitas por computador, obtiveram imagens em que se observa que os polegares do homem do Sudário estão presentes na figura, mas dobrados bem junto da palma da mão.
O espaço de Destot só foi descrito anatomicamente no século XIX. Como poderia um pintor ou um eventual falsificador saber das conseqüências que um prego nele cravado provocaria no polegar, de modo a reproduzi-las na mortalha?

A MORTE:

O homem do Sudário morreu por crucifixão, isto é, em conseqüência da asfixia que dela resultou. A posição de um crucificado, com os braços presos no alto e o corpo pendurado dos mesmos, acaba por dificultar os movimentos da caixa torácica, iniciando um processo de asfixia. Para respirar, o condenado precisa erguer o corpo, flexionando os braços e apoiando-se tanto quanto possível nas pernas, esticando-as ao máximo para que o corpo suba.

O Sudário indica tanto a posição normal como a posição erguida: esta, resultante do esforço para respirar, aquela indicando a posição caída, determinada pelo cansaço. Dois fluxos de sangue, com uma divergência aproximada de 10 graus, se percebem imediatamente nos antebraços, especialmente no braço esquerdo, indicando as duas posições do corpo.

Mas esse movimento para cima e para baixo tem um limite determinado pelo esgotamento muscular e pela dor das feridas abertas pelos pregos. O esforço muscular contínuo faz surgir cãibras, contrações tetânicas dos músculos peitorais e intercostais que, pela acumulação de ácido láctico, vão-se tornando rígidos: o condenado vai tendo cada vez maior dificuldade em respirar, sobretudo em expirar, e ainda que consiga reerguer-se para aliviar a pressão que sente nos músculos do peito, recai logo na posição baixa e a asfixia começa novamente. A isto deve acrescentar-se que a posição do corpo favorece a concentração de sangue nas pernas e na cavidade abdominal, com o que diminui o volume sanguíneo que chega aos pulmões.

O homem de Turim conserva os traços dessa morte por asfixia, principalmente o peito dilatado por não poder soltar o ar e o ventre inchado pelo acúmulo de sangue. Observe figuras acima do tórax do homem do sudário.

Uma coincidência importante entre a linguagem do Sudário e o relato evangélico é que o homem do Sudário não teve as pernas quebradas. Diz São João: Como era dia da Preparação (da Páscoa), para que os corpos não ficassem na cruz em dia de sábado, por ser grande dia aquele sábado, os judeus rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas e os tirassem. Vieram, pois, os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele estava crucificado. Chegando a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas...

É sabido que os crucificados podiam sobreviver por muitas horas e mesmo dias, e que, para apressar-lhes a morte, era freqüente quebrarem-lhes as pernas pelo tornozelo: a morte sobrevinha então rapidamente, não só pela hemorragia, mas principalmente porque deixavam de poder apoiar-se nos pés para conseguirem erguer-se e respirar.

Mas Jesus – como o homem de Turim – é levantado sobre a cruz num estado de fraqueza extrema pela violência da flagelação a que foi submetido. Os maus tratos, as pancadas e socos, e sobretudo a flagelação – uma flagelação selvagem – provocaram não só hemorragias externas, mas internas, e provavelmente o líquido hemorrágico foi comprimindo os pulmões e acelerou a morte por asfixia, em conseqüência do derrame pleural.

O certo é que Jesus morreu antes do que a maioria dos crucificados e antes do que os outros dois que foram supliciados juntamente com Ele. Conta São Marcos que, quando José de Arimatéia se dirigiu à presença de Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus, Pilatos admirou-se de que ele tivesse morrido tão depressa, ao ponto de ter chamado o centurião para que lhe confirmasse a notícia (Mc 15, 43-45).

UMA LANÇA ABRIU-LHE O LADO:

Uma das comprovações mais comoventes do Sudário é a marca de uma ferida no peito causada por uma lança.

O quarto evangelista, São João, que foi testemunha ocular, relata que, depois de Jesus ter morrido, um soldado romano lhe atravessou o peito com uma lança para certificar-se de que já estava morto e não era preciso apressar-lhe a morte: Chegando a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados atravessou-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água. E o Apóstolo acrescenta solenemente: Aquele que o viu dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; ele sabe que diz a verdade, para que todos vós creiais (19, 30-35).

O Sudário mostra uma ferida no flanco direito, veja detalhes na figura logo abaixo, causada por uma lança do tipo usado pelos soldados romanos no século I da nossa era: sem ganchos que alargassem a ferida e sem nervuras de reforço, tal como as que se utilizavam em motins para ferir depressa e mortalmente, de modo a retirar a arma e visar imediatamente outro adversário.

O golpe foi dado no lado direito, exatamente como os soldados romanos eram treinados a fazer para atingir os adversários, que protegiam o lado esquerdo, o do coração, com um escudo.
A ferida tem 4 cms. – largura máxima das lanças romanas – e atingiu o hemitórax entre a 5ª. e a 6ª. costelas, a 13 cm do esterno.

Percebe-se claramente que a lançada foi desferida depois da morte, porque a ferida ficou aberta, o que não sucederia se fosse feita em pessoa viva. Por outro lado, há indícios de que o sangue saiu sem força, o que dá a entender que o coração já estava parado.
Sobre o tecido, vê-se uma dupla mancha: uma de sangue e outra, quase incolor, que se tornou bem visível quando se usaram raios ultravioletas na observação. Os dois líquidos correram abundantemente até formarem uma espécie de círculo em torno dos rins 11, veja detalhes na primeira figura do sudário em negativo no início do artigo.

Como vimos, o quarto evangelista afirma que da ferida saiu imediatamente sangue e água. O sangue procedia do coração e talvez de hematomas causados pelas hemorragias internas a que antes nos referimos. Quanto ao que São João chama água e que corresponderia à mancha incolor observada no pano, é muito provavelmente uma mistura de soro sanguíneo – resultante dos hematomas – e de líquido pericárdico, situado dentro do saco pericárdico que envolve o coração. Este líquido é tanto mais abundante quanto maior e mais abundante for o sofrimento da pessoa; constitui até uma prova usada em medicina legal para saber se a vítima foi seviciada antes de morrer.
A constatação de São João, de uma precisão extraordinária, mostra que Cristo sofreu muitíssimo durante a sua paixão.

OUTRAS COINCIDÊNCIAS:

O Sudário revela ainda que o homem nele amortalhado deve ter recebido pancadas violentas no rosto, pois se percebe um inchaço notável em torno do olho direito, veja figura abaixo, além de várias escoriações. Ocorre espontaneamente pensar no que relata São Mateus: Cuspiram-lhe então na face, bateram-lhe com os punhos e deram-lhe tapas dizendo: Adivinha, ó Cristo: quem te bateu? (Mt 26, 67-68).

No nariz, nota-se uma dupla ferida, assim como uma deformação da borda, ocasionada provavelmente por uma ruptura ou deslocamento da parte cartilaginosa. Os joelhos, por sua vez, revelam cortes e escoriações. O esquerdo apresenta uma ferida maior.

É muito provável que uma queda de bruços tenha provocado essas lesões. Imaginemos as condições em que o homem do Sudário foi levado ao local do suplício: com as mãos atadas ao travessão horizontal da cruz; extremamente debilitado em conseqüência da flagelação, dos socos e pontapés, etc; vestido com uma túnica em que era fácil ter pisado, na posição inclinada que o peso da cruz o obrigava a adotar.

Estes sinais no tecido parecem confirmar uma antiga tradição, segundo a qual Cristo teria caído várias vezes na sua caminhada para o monte Calvário. A própria alusão do Evangelho de Marcos a um certo Simão de Cirene que, passando por ali, foi requisitado para levar a cruz (15, 20-21), parece depor no sentido da extrema fraqueza e possíveis quedas de Cristo na subida até o local da execução.
E também de mencionar, por se tratar de uma exceção, que o homem do Sudário transportou a cruz vestido. Não era comum os condenados irem vestidos à crucifixão (1). Tanto São Marcos como
São Mateus dizem que Jesus foi ao Calvário com as próprias vestes

e São João refere que os soldados as dividiram em quatro partes, uma para cada soldado, e lançaram sortes sobre a túnica, que era inconsútil, para ver a quem cabia (Mt 27, 31; Mc 15, 20; Jo 19,23).

Ora, o Sudário revela que as lesões provocadas nos ombros pela flagelação foram relativamente pequenas. Sem dúvida teriam sido maiores se a cruz tivesse sido transportada sobre os ombros nus, sem nada que amortecesse o atrito da madeira (fig. 1). Outra coincidência significativa com o relato evangélico.



O SEPULTAMENTO:

Como já vimos, os romanos reservavam a crucifixão aos que tivessem cometido um crime grave ou um delito contra o Estado romano. Normalmente, o corpo dos executados não era reclamado por ninguém, sendo jogado na vala comum. Sem lençol.

Ora Jesus, crucificado como um escravo, foi condenado por Pilatos sob a acusação de ter conspirado contra o Estado romano. E, no entanto, escapou à vala comum. Seu corpo foi reclamado por um homem influente, José de Arimatéia, um discípulo secreto, que o envolveu num lençol novo, limpo, e o enterrou num túmulo que tinha comprado para si, próximo do lugar da crucifixão. Estes os dados precisos que nos chegaram através do Evangelho de São João.

O homem do Sudário também foi enterrado num lençol fino que, segundo se calcula, teria custado inúmeras horas de trabalho. Ë um detalhe que faz pensar efetivamente em José de Arimatéia, que sepultou Jesus e era um homem rico.

Mas há ainda um outro aspecto que parece quadrar com o que nos dizem os Evangelhos: a abundância de vestígios de sangue, a indicar claramente que o corpo não foi lavado antes de ser amortalhado, ao contrário do que era costume entre os judeus (At 9,37).

O corpo de Jesus recebeu sinais claros de respeito e distinção, como ser envolvido num lençol de linho e colocado num sepulcro novo, não em vala comum. No entanto, omitiram algo elementar entre os judeus: lavar o corpo antes de sepultá-lo.

O relato de São João permite-nos compreender por que isso aconteceu: "Tomaram, pois, o corpo de Jesus e envolveram-no em faixas de linho com os aromas, conforme é costume sepultar entre os judeus. Havia perto do lugar onde foi crucificado um horto, e no horto um sepulcro novo, no qual ainda ninguém fora depositado. Ali, pois, depuseram Jesus, por causa do dia da Preparação dos judeus..." (19, 40-42).

Vê-se assim a causa da omissão. Estava prestes a começar o grande Sábado pascal em que, como aliás em qualquer sábado, que é o dia santo dos judeus, se proibiam rigorosamente os trabalhos manuais. Por isso era preciso enterrar Jesus antes do pôr do sol da sexta-feira, e por isso não puderam lavar o corpo do Senhor: não havia tempo.

Isto explica também que, no primeiro dia útil, isto é, o domingo, as santas mulheres tivessem ido ao sepulcro, levando os aromas que haviam preparado, a fim de completar o trabalho deixado a meio na sexta-feira santa.

A RESSURREIÇÃO:

O evangelista continua: ao amanhecer do primeiro dia da semana – o domingo –, Maria de Magdala encontra o túmulo aberto, corre a avisar Pedro, e este, com João, o discípulo que Jesus amava, corre também para o sepulcro; e ambos observam que o lençol se encontra “vazio”, manifestamente sem conter o volume de um corpo.

Depois, o próprio Cristo aparece a Maria Madalena, que ficara chorando ao pé do sepulcro (Jo 20, 14), e por fim aos próprios Apóstolos: Chegada a tarde daquele primeiro dia, estando fechadas as portas do lugar onde, por temor dos judeus, se achavam os discípulos, veio Jesus e, posto no meio deles, disse-lhes: "A paz seja convosco". E em dizendo isto mostrou-lhes as mãos e o lado, e os discípulos alegraram-se vendo o Senhor (Jo 20, 19-20).

Este o fato histórico que os Evangelhos nos relatam: a ressurreição de Jesus, testemunhada pelos Apóstolos e pelas santas mulheres, e ainda, como relata São Paulo, por muitos outros e por mais de quinhentos irmãos de uma só vez (1 Cor 15, 3-8).

O Sudário de Turim, que lança tanta luz sobre a paixão e morte de Cristo, numa sucessão espantosa de coincidências, terá também algo a dizer-nos sobre a sua ressurreição?

Fixemo-nos em três ponderações de vulto.

O corpo não se decompôs:

O corpo envolvido no Sudário achava-se em estado absoluto de enrijecimento causado pela morte (rigor mortis), e os patologistas estão em condições de afirmar que estava sem vida.
Ora, o corpo humano, ao cabo de cerca de trinta horas, começa a deixar sobre os panos que o envolvem uma espécie de pequenos cristais resultantes dos fenômenos que ocorrem no cadáver depois desse tempo, especialmente pela decomposição cadavérica. Mas os especialistas que estudaram o Sudário não encontraram o menor indício desses cristais entre as fibras do tecido. Isto indica que o lençol fúnebre não esteve muitos dias em contacto com o corpo sepultado.

O corpo não foi retirado por meios humanos normais

Mas o corpo poderia ter sido retirado da mortalha pelos próprios discípulos, como aliás se tentou propalar na ocasião (cfr. Mt 28, 13).

Os cientistas fizeram uma análise minuciosa do lençol e concluíram que por nenhum meio humano normal se teria conseguido separar uma ferida e o pano unido a ela, depois que o sangue secou, sem arrancar pequenas partículas do corpo, sem desfazer a correção anatômica da figura e a integridade estrutural das manchas de sangue e dos coágulos sanguíneos: as manchas ter-se-iam desfeito e espalhado. Todavia, encontram-se intactas.
A separação natural deixaria no tecido sinais de fibras de linho que, grudadas à ferida e ao sangue, teriam sido repuxadas ao separar-se o cadáver da mortalha que o envolvera. A observação microscópica não captou nenhum desses indícios: depois de aumentados 32 vezes, o centro e as bordas das manchas de sangue não revelaram nenhum sinal de repuxamento das fibras.

A origem da figura:

É sabido que os cientistas não conseguiram desvendar o mistério relativo ao processo técnico que teria originado a formação da figura do Sudário. As conclusões científicas apenas nos dizem como é que esta não foi gravada no tecido: não foi pintada, não foi formada por contato direto – à exceção das manchas de sangue – nem mediante vapores ou qualquer outro processo conhecido no nosso século e muito menos no século XIV.

Segundo vimos, a teoria mais plausível de todas é a da chamuscadura ocasionada por calor ou por uma luz intensa. Mas o que teria causado essa chamuscadura? Como é que o corpo de um cadáver pode produzir calor ou luz? Não resta outra hipótese senão a de que, ao ressuscitar, o corpo de Cristo irradiasse esse calor ou essa luz . O Sudário não diz que Cristo ressuscitou, mas não só não se opõe à ressurreição, como parece apontar para esse fato histórico como a explicação mais plausível para a formação da figura impressa no lençol.
Na figura acima observa-se a formação de uma “Sombra” permanente de uma válvula numa parede em Hiroshima, produzida pelo brilho fortíssimo da explosão atômica. Um processo semelhante – talvez no momento da Ressurreição – teria originado a imagem no Sudário.

CONCLUSÕES:

As coincidências:

Vale a pena enumerar sucintamente as coincidências existentes entre o homem do Sudário e Jesus de Nazaré:
1. A partir do séc. VII, passa-se a adotar na arte religiosa um único modelo para representar Jesus, no qual se distinguem pelo menos 15 detalhes que se encontram na figura do Sudário.

2. A figura estampada no lençol representa um semita com barba e cabelo comprido e entrançado, como se usava na Palestina no tempo de Cristo.
3. A brutal flagelação, insólita em condenados à crucifixão, executada com o flagrum romano; este castigo não era aplicado aos cidadãos romanos.
4. A coroação de espinhos, circunstância igualmente insólita.
5. O homem do Sudário não foi despido até o lugar da execução, o que também não era usual.
6. As pernas não foram quebradas, ao contrário do que se fazia nos casos de crucifixão, para apressar a morte do condenado.
7. Uma lança de forma igual à que usavam os soldados romanos atravessa o lado direito, após a morte.
8. O crucificado não foi enterrado na vala comum, mas sepultado individualmente e com uma peça de linho cara.
9. Foi sepultado cuidadosamente, mas não lhe lavaram o corpo.
10. O cadáver abandonou o lençol fúnebre antes de entrar em decomposição.


A sabedoria de Deus:

Diversos especialistas de renome aplicaram a estes dados o cálculo de probabilidades, para saber qual a probabilidade de que o homem do Sudário não fosse Jesus Cristo. Para uns, é de um para um octilhão, isto é, de 1 para 1027 (a unidade seguida de vinte e sete zeros). Para os mais prudentes, é de um para 262 bilhões. Pode-se dizer que a probabilidade é tão insignificante que, na prática, é como se não existisse.

A conclusão que se impõe é a de que, à vista dos fatos, a explicação mais plausível, a única satisfatória é que o homem do Sudário é Jesus de Nazaré, e que o Lençol de Turim é o lençol fúnebre com que José de Arimatéia e Nicodemos envolveram o corpo de Cristo. O paralelismo entre o tecido e os testemunhos evangélicos é perfeito: nada a mais, nada a menos. No dizer de Jean-Charles Thomas, "o Sudário é como um quinto Evangelho, inteiramente centrado na Paixão e na Ressurreição de Cristo, que representam o coração da mensagem cristã" (2). Um Evangelho escrito com caracteres de sangue.

Yves Delage, professor de Anatomia na Sorbonne, membro da Academia Francesa e agnóstico confesso, concluiu já em 1902 que o Sudário era o lençol de Jesus. Severamente criticado, teve a seguinte observação: "Injetou-se desnecessariamente um problema religioso num assunto que, em si, é puramente científico, e o resultado foi que os sentimentos se excitaram e a razão foi posta de parte. Se, em vez de Cristo, se tratasse de outra pessoa, como um Sargão, um Aquiles ou um dos Faraós, ninguém teria pensado em fazer a mínima objeção" (3).

Ë de admirar a sabedoria de Deus, que vem em socorro do homem num século em que a ciência e o áudio-visual conquistaram um lugar preponderante nas nossas maneiras de pensar. Nesta nova fase da humanidade, Deus, por assim dizer, dá-se a ver, a observar, a investigar, a fotografar, fortalecendo a fé pela ciência.

Ninguém é coagido a crer: Jesus não constrangeu ninguém a segui-Lo. Mas ninguém pode ficar insensível; e os que fogem dele, esses sabem muito bem que fogem – ao menos provisoriamente, porque ninguém pode fugir para sempre do olhar de Deus.



(1) Kenneth E. Stevenson e Gary R. Habermas, A verdade sobre o Sudário, 2a. Edição, Paulinas, São Paulo, 1983.

(2) Jean-Charles Thomas, Le Linceul de Turin, Coll. Du Laurier, Paris, 1948.

(3) Stevenson e Habermas, op. cit., pág. 48.

Referência:

Estudo realizado por Jaime Espinosa - Sacerdote e Médico, foi professor na PUC e é um estudioso do tema.






A radiação Infravermelha.



Ao ministrar uma aula de Química(Radiação) um aluno me pergunta: Por que podemos ver o raio infravermelho usando uma câmera de celular? Prometi para este aluno que responderia aqui, pois a pergunta foi muito interessante e gostaria que cada um de vocês soubessem da resposta, pois bem, para respondê-la é preciso que saibamos um pouco o que é o infravermelho, depois ao final do artigo saberão a resposta.
A natureza composta da luz branca foi demonstrada pela primeira vez por Newton, em 1664, quando decompôs a luz solar por meio de um prisma, projetando-a numa tela. A imagem alongada e colorida do Sol foi chamada por ele de espectro.
Em 1880, o astrônomo inglês William Herschel (1738 - 1822) repetiu a experiência de Newton, com a finalidade de descobrir qual das cores do arco-íris daria mais resultado no aquecimento do bulbo de um termômetro. Percebeu que o termômetro era aquecido pelo violeta, pelo azul e pelo vermelho. No entanto, o aquecimento era mais eficaz com o alaranjado e com o vermelho. Finalmente, percebeu que o bulbo do termômetro se aquecia ainda mais se fosse colocado na região escura que se estende além do extremo vermelho do espectro. Assim foi descoberta a radiação infravermelha.

A radiação eletromagnética infravermelha tem comprimento de onda entre 1 micrômetros e 1000 micrômetros. Legeiramente mais longa que a luz visível, situa-se no espectro entre a luz vermelha e as microndas. Por ser uma onda eletromagnética não necessita de um meio para se propagar, pode se deslocar no vácuo com a velocidade da luz. É assim que o calor viaja do Sol à Terra.

Na faixa de radiações do infravermelho distinguem-se três regiões: Infravermelho próximo, médio e longínquo. A subdivisão, não muito precisa, baseia-se na facilidade em produzir e observar essas três modalidades do infravermelho, o que depende de seu comprimento de onda. Todavia pode-se estabelecer que o infravermelho próximo vai de 0,7 a 1,5; o infravermelho médio, de 1,5 a 10; e o infravermelho longínquo, de 10 a 1000 micrômetros. O infravermelho próximo possui as mesmas propriedades da luz visível, com a diferença de que não é percebido pela vista. Pode ser produzido por qualquer fonte luminosa e ser estudado com os mesmos detectores (chapa fotográdicas, fotocélulas, etc). Já o infravermelho intermediário requer, para ser produzido, técnicas mais refinadas. Finalmente, o infravermelho longínquo necessita de instrumentos especiais.
Embora invisível, a radiação infravermelha pode ser percebida por suas propriedades de aquecimento. Quando um aquecedor elétrico é ligado, sente-se seu calor irradiado antes mesmo que a resistência comece a avermelhar-se.
Se o olho humano fosse sensível a radiação de 10 micrômetros (a faixa de emissão mais comum de corpos à temperatura ambiente), não haveria necessidade de iluminação artificial, pois tudo seria brilhante durante o dia ou a noite. Os seres vivos se destacariam com nitidez por serem mais quentes e, portanto, mais brilhante que o ambiente. Apenas os objetos frios ficariam negros. Assim, sem o emprego de luz artificial, seria difícil descobrir qualquer coisa que estivesse no interior dos refrigeradores.
Alguns animais, como as cobras, possuem uma "visão" de 10 micrômetros que lhe permite apanhar suas presas à noite. Esta habilidade de perceber objetos quentes no escuro apresenta um evidente valor militar e seu controle tem impulsionado muitas pesquisas sobre sistemas de detecção.

A radiação infravermelha encontra aplicações práticas muito importantes. É utilizada, por exemplo, para aquecer ambientes, cozinhar alimentos e secar tintas e vernizes.
Em medicina, tem amplo uso terapêutico, sendo empregada no tratamento de sinusite, dores reumáticas e traumáticas. A radiação infravermelha penetra na pele, onde sua energia é absorvida pelos tecidos e espalhada pela circulação do sangue.
Existem aparelhos especiais que permitem ver um objeto pela detecção das radiações infravermelhas que ele emite. Um exemplo prático é dado pelo sistema de alarme infravermelho: qualquer interrupção de um feixe dessas radiações ocasiona a criação de um impulso elétrico no detector de controle, ligando o alarme. Esse sistema é usado, também nas portas de elevadores, para evitar que elas se fechem sobre as pessoas.

A fotografia é uma das atividades mais beneficiadas com a aplicação da radiação infravermelha. Algumas emulsões fotográficas podem se tornar sensíveis a uma luz de comprimento de onda de até 1,1 micrômetro - o infravermelho próximo da luz visível. Utilizando um certo tipo de filme infravermelho colorido, as cores dos objetos apresentam-se deslocadas de suas posições no espectro - a luz azul não aparece, os objetos verdes ficam azuis, os vermelhos mostram-se verdes e os infravermelhos colorem-se de vermelho.
Voltando a pergunta feita pelo aluno vejamos...
A luz infravermelha emitida por controles remotos e outros aparelhos domésticos está em uma frequência um pouco além do que os nossos olhos são capazes de enxergar. Por isso nós nunca conseguimos ver o infravermelho emitido por eles.

As câmeras digitais, por outro lado, são capazes de captar esta frequência de infravermelho porque o sensor de imagem das câmeras é mais sensível do que nossos olhos. Ao capturar a imagem, o infravermelho acaba se transformando em um ponto branco, e assim conseguimos vê-lo no vídeo.
Pronto meu caro Ronaldy esta é a explicação, foi bom descobrir a natureza do raio infravermelho sem querer você contribuiu muito para a criação do artigo. Valeu.
Fonte: http://br.geocities.com/saladefisica

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